Como Investir no Exterior: Guia para Iniciantes
Você já pensou em diversificar seus investimentos para além das fronteiras brasileiras? Investir no exterior pode parecer complicado à primeira vista, mas com as informações certas, qualquer pessoa pode começar essa jornada. Neste guia, vamos explicar de forma simples como você pode começar a investir internacionalmente, mesmo que esteja dando seus primeiros passos no mundo dos investimentos.
GUIA FINANCEIRO
3/28/20254 min ler
Por que investir no exterior?
Antes de entrarmos nos detalhes de como investir, é importante entender por que muitas pessoas escolhem direcionar parte do seu dinheiro para fora do Brasil:
Diversificação de risco: Quando você investe apenas no Brasil, sua carteira fica exposta somente à economia brasileira. Se algo ruim acontecer por aqui, todos os seus investimentos podem ser afetados.
Acesso a grandes empresas: Investir no exterior permite que você tenha participação em empresas como Apple, Amazon, Google e Microsoft, que são líderes globais em seus setores.
Proteção contra a desvalorização do real: Ter parte dos seus investimentos em dólar ou euro pode proteger seu patrimônio contra a desvalorização da moeda brasileira ao longo do tempo.
Oportunidades diferentes: Existem setores e empresas que simplesmente não estão disponíveis para investimento no Brasil.
Começando do zero: primeiros passos
1. Organize suas finanças pessoais
Antes de pensar em investir no exterior, garanta que:
Você tem uma reserva de emergência no Brasil (idealmente 6 a 12 meses de despesas)
Você já liquidou dívidas caras (como cartão de crédito)
Você tem um orçamento mensal que permite guardar dinheiro regularmente
2. Defina seus objetivos
Pergunte a si mesmo:
Por que quero investir no exterior?
Por quanto tempo posso deixar esse dinheiro investido?
Quanto pretendo investir inicialmente e periodicamente?
Por exemplo, João decidiu que quer investir R$500 por mês no exterior para um objetivo de longo prazo (aposentadoria), então ele pode tolerar as oscilações do mercado.
Opções para investir no exterior
1. ETFs e fundos brasileiros com exposição internacional
O que é: A maneira mais simples de começar é investir em fundos brasileiros que aplicam no exterior.
Como funciona: Você investe em reais, pela sua corretora brasileira, mas o fundo aplica em ativos internacionais.
Exemplo prático: O ETF "IVVB11" segue o índice S&P 500 (as 500 maiores empresas dos EUA). Se você investir R$1.000 nele, é como se estivesse comprando um pedacinho de empresas como Apple, Microsoft, e outras grandes companhias americanas.
Vantagens:
Facilidade para começar
Investimento em reais
Não precisa declarar investimentos no exterior no Imposto de Renda
Desvantagens:
Taxas geralmente maiores
Menos opções de investimentos
2. Corretoras internacionais
O que é: Abrir uma conta em uma corretora estrangeira para investir diretamente nos mercados internacionais.
Como funciona: Você transfere dinheiro do Brasil para sua conta internacional e investe diretamente em ações, ETFs e outros ativos.
Exemplo prático: Maria abriu uma conta na Avenue (corretora americana com atendimento em português) e investiu US$100 em ações da Apple. Quando a Apple crescer e distribuir dividendos, Maria receberá sua parte proporcional.
Opções populares para brasileiros:
Avenue Securities
Passfolio
TD Ameritrade
Interactive Brokers
Vantagens:
Acesso direto aos mercados internacionais
Mais opções de investimentos
Geralmente taxas menores
Desvantagens:
Precisa declarar no Imposto de Renda
Transferência internacional de dinheiro
3. BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
O que é: São certificados que representam ações de empresas estrangeiras, mas negociados na bolsa brasileira.
Como funciona: Você compra na B3 (bolsa brasileira), em reais, um certificado que representa uma ação estrangeira.
Exemplo prático: O BDR "AAPL34" representa ações da Apple. Quando você compra AAPL34, está indiretamente investindo na Apple, mas sem sair do Brasil.
Vantagens:
Negociação em reais na B3
Não precisa de conta internacional
Processo simplificado
Desvantagens:
Menos opções disponíveis
Pode ter menor liquidez
Taxas adicionais
Passo a passo para começar
Investindo em ETFs brasileiros com exposição internacional
Abra uma conta em uma corretora brasileira (como XP, Clear, Rico)
Transfira dinheiro para sua conta
Pesquise por ETFs com exposição internacional (como IVVB11, DIVO11, WRLD11)
Compre as cotas do ETF que escolher
Investindo direto em uma corretora internacional
Escolha uma corretora internacional (como Avenue, Passfolio)
Faça seu cadastro online
Valide sua identidade enviando documentos
Transfira dinheiro para sua conta internacional
Comece a investir em ações, ETFs ou outros ativos
Investindo em BDRs
Abra uma conta em uma corretora brasileira
Transfira dinheiro para sua conta
Pesquise por BDRs de empresas que te interessam (como AAPL34, MSFT34, GOGL34)
Compre os BDRs escolhidos
Dicas importantes para quem está começando
Comece pequeno
Não precisa investir uma grande quantia logo de início. Muitas corretoras permitem investir com valores pequenos:
Alguns ETFs brasileiros podem ser comprados por menos de R$100
Algumas corretoras internacionais permitem começar com US$10
Faça uma carteira diversificada
Não coloque todo seu dinheiro em uma única empresa ou país. Por exemplo:
50% em um ETF global (que inclui empresas de vários países)
30% em um ETF de empresas americanas
20% em empresas específicas que você acredita
Cuidado com o câmbio
Lembre-se que ao investir em dólar, você está exposto à variação cambial. Isso pode ser bom ou ruim:
Se o dólar subir de R$5,00 para R$5,50, seu investimento vale mais em reais
Se o dólar cair para R$4,50, seu investimento vale menos em reais
Entenda os custos
Fique atento a:
Taxas de corretagem
Custos de transferência internacional
Taxas de administração de fundos e ETFs
Imposto de Renda
Lembre-se que investimentos no exterior precisam ser declarados:
Investimentos acima de US$1.000 precisam constar na sua declaração
Ganhos de capital são tributados em 15% ao vender os ativos
Erros comuns a evitar
Não pesquisar antes de investir: Entenda o que está comprando antes de aplicar seu dinheiro.
Converter todo o dinheiro de uma vez: Se você está planejando investir regularmente, não converta todo seu dinheiro de reais para dólares de uma vez; faça isso aos poucos.
Ignorar os custos: Taxas pequenas podem fazer grande diferença no longo prazo.
Não diversificar: Investir tudo em uma única empresa ou setor aumenta o risco.
Negociar demais: Comprar e vender com muita frequência gera custos desnecessários e pode prejudicar o desempenho.
Conclusão
Investir no exterior não precisa ser complicado. Com as ferramentas certas e um pouco de conhecimento, qualquer pessoa pode começar a construir uma carteira global, mesmo que seja com pequenos valores mensais.
Lembre-se que investir é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Mantenha a consistência, aprenda continuamente e ajuste sua estratégia conforme necessário.
O mais importante é dar o primeiro passo. Comece pequeno, aprenda com a prática e vá aumentando seus investimentos conforme ganha confiança e conhecimento.
E você, já começou a diversificar seus investimentos internacionalmente? Conte nos comentários sua experiência!
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